quarta-feira, 30 de julho de 2008

um bom exemplo

Depois de uns dias em Díli, ontem voltei à estrada, desta vez em direcção a Gleno. Tive o prazer de ser acompanhada pelo Musulam e o Domingos. O primeiro é arquitecto e foi com ele que conseguimos estabelecer uma excelente relação profissional cimentada numa bela amizade.
O nosso objectivo era visitar a EB de Gleno que segundo sabíamos era aquela onde melhor tem sida garantida a sua manutenção. Ao fundo da rua já se distinguiam os edifícios cor-de-rosa, cor (infelizmente) escolhida para este tipo de escolas – as primárias tiveram mais sorte e são todas amarelas. Quando chegamos fomos recebidos pelo director da escola, o Sr. Juvenal Exposto, que reclama ascendência directa ao primeiro português a pisar o solo timorense! Este senhor merece ficar para história pelo papel que tem desempenhado na manutenção e promoção da qualidade, não só dos edifícios mas sobretudo a nível pedagógico. O resultado é uma escola onde 1400 alunos ocupam 10 salas de aula em excelentes condições. Há grupos de alunos que se revezam na limpeza da escola e os pais são regularmente chamados a participar na prestação escolar dos filhos. O director, bem consciente da dinâmica dos projectos de desenvolvimento, recorre sistematicamente a diferentes ONG para financiarem a reabilitação da escola. Assim, a escola conta com uma biblioteca, campo de jogos, 2 tanques de água… tudo isto estava previsto no nosso projecto mas no processo de redução de custos ficou esquecido.
A EB de Gleno, infelizmente, é uma excepção. Todas as escolas estão votadas ao abandono e muitas já se encontram degradadas.
Qualquer dia vai ser preciso lançar um novo projecto de milhões para recuperar estas escolas… é esta a perversidade dos projectos de desenvolvimento.

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