quinta-feira, 10 de julho de 2008

7 de julho

Apesar de mal dormida, comecei bem o dia.
Visitamos o templo de Weherahena, que não é particularmente bonito mas tem uma impressionante quantidade de pinturas murais, onde estão representadas as 550 histórias de Buda.
Estamos em plena costa sul.
Em Matara, não houve nada a assinalar a não ser a história macabra das mulheres que lavam a roupa no rio e que sistematicamente ficam sem um braço, graças a um ataque de crocodilo. E elas continuam a lavar ali? «yes, madam».
Em Gandara visitamos mais uma escola da ONG SOS Children’s Village, uma reconstrução de uma casa antiga muito bem feita.
Havia alguns projectos a visitar em Tangalle, onde as praias são dignas dos melhores postais e depois se tivéssemos tempo seguíamos para Hambantota.
Um dos projectos de Tangalle, foi a grande desilusão. Supostamente teria havido imensa participação da comunidade. Não só não houve, como o projecto é pouco interessante. Fiquei tão chateada que ficamos pouco tempo.
Em direcção a Hambantota telefonei ao responsável da UN-Habitat desse distrito, que me intimou a dirigir-me rapidamente para lá, pois no dia seguinte estaria indisponível. Ao chegar a Hambantota percebemos que ele estava em Kirinda, mais 40 minutos de viagem. Pelo caminho ficou sem visita um enorme projecto de 2000 casas financiado por Taiwan e um projecto da Cooperação Portuguesa, do qual só vi a placa de sinalização.
Lá chegamos a Kirinda. Fui recebida pelo Sr. Lionel que me convidou a entrar na sede de tão digna agência. Lá dentro mandou-me sentar enquanto ocupava uma cadeira sebenta literalmente no meio da sala. Sem espaço para dúvidas sobre quem mandava ali, o senhor iniciou um monólogo absolutamente incompreensível, interrompendo apenas para ir cuspir as bagas que mastigava enquanto debitava sobre a estratégia de intervenção da referida organização. Depois desta cena, lá fomos visitar o projecto na companhia dele e de um séquito considerável sobre o qual desconheço as responsabilidades.
No local não consegui falar com nenhum dos habitantes, mas fiquei com vontade de lá voltar.
Fiquei bem impressionada com os edifícios de uso comum, a biblioteca, a escola e sala de reuniões. São projecto da Architecture for Humanity, uma ONG Americana que tem feito um grande trabalho no contexto da arquitectura e desenvolvimento.
Já me tinham avisado, mas foi uma surpresa constatar. O clima a partir de Hambantota muda radicalmente e com ele a paisagem. De repente, e é mesmo de repente, o calor é seco e a paisagem tropical luxuriante dá lugar a uma vegetação menos densa e tudo é mais seco.
Esta mudança acontece porque o Sri Lanka tem duas zonas distintas que se diferenciam pelo clima, por diferentes estações de monções, pela vegetação, tipo de solo, etc. É impressionante a diferença.

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